Alcanço o fim do dia pela janela da minha praia. A tua cor dourada, quente, intensa, alanrajada, reforça um acolhimento, uma tristeza estranha e inclassificável que se aplica a todos os comuns dos mortais. Dualidades que parecem deixar-nos loucos por nos fazer sentir diversas emoções em escassos segundos. A certeza de que o fim chegara e a certeza de que o princípio se avizinhara. Deixar as malas desfeitas sobre a cama, pousar o livro sobre a estante, desencostar a prancha seca de mar e respirar de novo. São as únicas certezas que trago e que comigo levo. Retirar-me, reencontrar-me sem suspiros, alcançar novos mundos, novas linhagens de pensamentos, criar; fundamentalmente, novos Sonhos. Criar novas receitas de Amor, carregar novas visões de mar e permitir outras aventuras. Remar para um desencontro, remar para um encontro, remar para uma onda tão imensa quanto a minha essência. É assim que faço, é assim que consigo, é assim que descubro que de facto, não há nada que um dia de Surf não cure.

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