sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Luar

E lá estava ela, a criança, na rua, de mãos abertas e braços ao alto a gritar pelo nome dele. Gritou, gritou, pelo menos umas três vezes até que se fizesse sentir. O telemóvel não dava sinal, o telefone fixo muito menos, restou-lhe apenas chamar alto por ele.
Dizem que as estrelas podem ser nossos guias, dizem que cada vez que uma cadente passa devemos pedir um desejo. Foi nisso que ela pensou. Olhou para aquela que mais cintilava, para aquela que mais destaque fazia entre as restantes, não integrava ursula menor ou maior, era simplesmente uma, só, perdida para ser encontrada.
Assim que cerrava os olhos, virou cabeça e olhos para cima, agradeceu ter vivido até então, e pediu por tudo o menos pois sabia desde então que pouco mais se podia ajustar ás suas exigências. Deixou de ser princesa ou rainha, passou apenas para uma criança vindo do mar.
A esperança que os olhos de uma criança revelam, a inocência, a ingenuidade que faziam dela mais um ser vivo de olhos vivos e abertos á aventura no espaço.
Não desistas, disse ele, agarra-te á vida. O sol vai brilhar de novo, a lua acompanhar-te-à do mesmo jeito que até ontem. Quando surgir, agarra-a como não houvesse amanhã!



By, Marta Mendes

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